58- FALAR E COLOCAR TÊM SUA HORA (I)

Um dos conceitos vigentes em linguagem é o de que não há sinônimos perfeitos. Ou, de outra maneira, existe sempre determinada palavra para exprimir determinada situação. Como nos demais idiomas, a língua portuguesa tem milhares de exemplos desse tipo. Que tal, porém, ficarmos com dois deles apenas, as duplas FALAR / DIZER e PÔR / COLOCAR.

Assim, o sinônimo de proferir, enunciar e afirmar é DIZER e não falar. Por isso, DIZER é o verbo que deve figurar em textos como:

  • O que você disse (e não ‘falou’) a ele?
  • Eu não disse (e não ‘falei’) isso.
  • O louco dizia (e não ‘falava’) palavras sem nexo.
  • Um sorriso diz (e não ‘fala’) muito.

Quando houver QUE depois do verbo, é de rigor usar DIZER, como nestes exemplos:

  • Os jogadores disseram (e não ‘falaram’) que o time ia ser campeão.
  • O perito tinha dito (e não ‘falado’) que o incêndio havia sido criminoso.
  • O professor disse (e não ‘falou’) que a prova seria fácil.
  • Ele disse (e não ‘falou’) a todos que iria sair.

FALAR equivale a exprimir por meio de palavras, conversar acerca de, explicar, exprimir-se em, e aparece corretamente em frases como:

  • Ele fala bem.
  • Todos ali falavam vários idiomas.
  • Não fale nesses assuntos.
  • Não sabia falar em público.
  • O presidente falará amanhã à Nação.
  • Não fale com o motorista.
  • Esse pensamento fala à razão.

Eis um exemplo que mostra o uso adequado e simultâneo dos dois verbos:

  • Ela FALA muito, mas não DIZ nada. ●

Deixe um comentário