O HOMEM DO OESTE

Hoje eu quero falar de um filme que se situa em uma posição intermediária na minha escala de preferências: O HOMEM DO OESTE.

Direção: Anthony Mann

Elenco: Gary Cooper, Julie London, Lee J. Cobb, Arthur O´Connell

Ano: 1958

O início de O HOMEM DO OESTE mais se parece com uma propaganda dos cigarros Malboro, com Gary Cooper montado a cavalo, a luz crepuscular ao fundo, e uma paisagem típica do velho oeste. Só faltou o cigarro na boca.

Link Jones (Cooper) é um taciturno vaqueiro que viaja para um vilarejo na fronteira do Texas com o México para contratar uma professora. Largado por engano no deserto com uma cantora de cabaré (London) e um trapaceiro (O´Connell), ele é obrigado a reviver um passado nada agradável de assaltante de bancos, e se reunir à antiga gangue do tio que o criou (J. Cobb), que planeja assaltar um banco.

Anthony Mann recicla mais uma vez seu protagonista predileto (o homem amargurado que tenta fugir de um passado condenável), em uma trama que enfoca embates entre ex-amigos, que agora se encontram em lados distintos da lei. O HOMEM DO OESTE é um western de atmosfera fúnebre e depressiva, que tem um protagonista muito distante do protótipo do herói clássico, e está pontuado de sequências estranhas, que o transformam num filme completamente atípico.

Uma provável mensagem que o diretor quer nos passar com este filme é: não importa o quanto tenhamos nos desviado do bom caminho no passado, sempre há a possibilidade de voltarmos a ele. Mesmo em uma situação em que o personagem foi obrigado a conviver novamente com antigos companheiros de crime, incluindo pessoas da própria família, ainda assim foi possível retornar ao caminho do bem. Para que isso aconteça, fica a mensagem, o indivíduo tem ser TOTAL. Ou seja, não deve se desviar do bom caminho em nada, mesmo quando assediado por uma mulher muito bela.

Billie faz de tudo para conquistá-lo, fazendo declarações e demonstrações ostensivas, mas ele se mantém firme no propósito de voltar para a esposa (que não aparece no filme) e para os dois filhos. Não é normal essa forte retidão de caráter em um ambiente inóspito e selvagem, principalmente partindo de uma pessoa com uma vida pregressa nada recomendável.

Outra questão é a forma como o personagem vai se transformando de um sujeito pacato, sem conhecimento das coisas modernas (sobre o trem, por exemplo), em uma figura selvagem, brutal, principalmente após o seu tio (Cobb) ter estuprado Billie (Julie).

Anthony Mann dirigiu outros filmes de faroeste, que também fizeram algum sucesso: Winchester ´73 (1950), Cimarron (1960), Um Certo Capitão Lockhart (1955), Jornada de Heróis (1952), mas ficou mais conhecido pelo filme El Cid (1961), épico que retrata a história desse herói espanhol, com Charlton Heston e a belíssima Sofia Loren nos papéis principais. ●

Filmes de Faroeste - O Homem do Oeste

Deixe um comentário