VOCÊ É UM LIBERTÁRIO?- Parte III

Os sete hábitos dos libertários altamente eficazes-Parte III

Jeffrey Tucker é Diretor-Editorial do American Institute for Economic Research

3. Olhe para além da política

Para a maioria dos libertários, a política é a primeira atração. Não há nada de errado com isso. É típico de nossa cultura pensar que são necessárias campanhas políticas para fazer com que as pessoas fiquem interessadas em grandes questões como o papel da liberdade humana, a função do estado, a guerra às drogas, etc.

No entanto, não são necessárias mais do que duas campanhas para que as pessoas percebam que a política não representa uma maneira muito eficaz de mudar o mundo para melhor. Nossos votos não afetam praticamente nada. Quase sempre estamos votando em pessoas, e não em ideias ou políticas. E as pessoas dentro da política tendem a trair princípios. Se depositarmos muita fé em políticos — os quais, na melhor das hipóteses, estarão confrontando um sistema muito maior do que podem controlar — iremos nos sentir, inevitavelmente, frustrados e impotentes. No que mais, não há coisa mais nojenta no planeta. Calúnias, fraudes e enganações definem o mundo político.

Trabalhar em campanhas políticas é válido se é desse tipo de coisa de que você gosta. Algumas pessoas realmente gostam de se envolver nisso. Mas sejamos realistas: a política é majoritariamente uma ilusão. A política tende a ser um indicador atrasado, em vez de prematuro, das mudanças sociais. Os primeiros passos de uma mudança são culturais, e não políticos. A política é reativa, e não proativa. Se formos capazes de contribuir para alterar mentes e estimular uma cultura pró-liberdade, todo o resto ocorrerá espontaneamente, principalmente na política.

Há várias outras maneiras de se fazer a diferença fora da política. Pense em como os aplicativos de smartphones estão desafiando o status quo em praticamente todas as áreas comerciais. Os monopólios municipais dos táxis estão atordoados pela concorrência trazida por aplicativos de carona. A tecnologia P2P (peer-to-peer) está revolucionando a hotelaria caseira, gerando uma inesperada concorrência para os hotéis e ignorando regulações como as leis de zoneamento. As criptomoedas estão desafiando o dinheiro estatal e os antiquados sistemas de pagamento. O homeschooling e a educação via internet estão tornando irrelevante o sistema educacional estatal. Esses esforços já alcançaram mais do que qualquer reforma feita de cima para baixo por meios políticos.

Com efeito, toda e qualquer start-up representa uma espécie de ato revolucionário contra o status quo, ato esse que as regulações e as espoliações governamentais sempre conspiraram para impedir. A existência de start-ups é a prova de que é impossível abolir a criatividade humana por meio de qualquer tipo de controle. No futuro, iremos olhar para trás e reconhecer como as start-ups tiveram uma contribuição muito mais poderosa para a liberdade do que todas as campanhas políticas em conjunto.

Libertários há muito já entenderam que soluções locais — de baixo para cima — para os problemas sociais funcionam muito melhor do que abordagens de cima para baixo. O mesmo vale para a construção de uma sociedade livre. […]

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