VOCÊ É UM LIBERTÁRIO?- Parte V

Os sete hábitos dos libertários altamente eficazes-Parte V

Jeffrey Tucker é Diretor-Editorial do American Institute for Economic Research

5. Não presuma ter todas as respostas

É típico dos não libertários exigir respostas completas e detalhadas sobre todos os problemas humanos que hoje são remediados por meios estatistas. Quem irá cuidar dos pobres? Como funcionará a educação? Como as pessoas terão acesso a serviços de saúde? Quem resolverá o racismo, a misoginia (misoginia = aversão às mulheres) e a intolerância religiosa? Acima de tudo, quem construirá as estradas? (Ignorando que todas as estradas são hoje construídas por empresas privadas contratadas pelo estado).

É tentador se aventurar a oferecer respostas completas. E a história, com efeito, pode oferecer fatos, indícios e sugestões sobre como tais coisas provavelmente seriam. É válido chamar a atenção para a maneira como as intervenções governamentais deslocaram e expulsaram toda uma gama de indústrias privadas: escolas, estradas, caridade, tribunais, organismos de certificação, etc.

No entanto, é essencial resistirmos à tentação de construir uma espécie de “planejamento central libertário”. Se mordermos a isca, estaremos preparando uma armadilha para nós mesmos.

Não temos todas as respostas. Em um ambiente de liberdade, descobrimos as respostas por meio de um contínuo processo de tentativa e erro. Uma sociedade aberta existe para permitir o máximo espaço possível para a inovação e a descoberta.

F.A. Hayek estava em correto em seu extraordinário ensaio “O argumento em prol da liberdade”:

Não poderemos alcançar as metas [da liberdade] se limitarmos o uso da liberdade às circunstâncias especiais nas quais sabemos que será benéfica. Não é liberdade aquela concedida somente quando seus efeitos benéficos são conhecidos de antemão. Se soubéssemos de que forma a liberdade seria usada, não teríamos necessidade de justificá-la.

Nunca conseguiremos os benefícios da liberdade, nunca alcançaremos os avanços imprevisíveis que ela possibilita, se ela não for também concedida nos casos em que sua utilização parecer indesejável.

Portanto, não se pode alegar como argumento contra a liberdade individual que as pessoas frequentemente abusam dessa liberdade. Liberdade significa, necessariamente, que cada um acabará agindo de uma forma que poderá desagradar aos outros.

Nossa fé na liberdade não se baseia nos resultados previsíveis em determinadas circunstâncias, mas na convicção de que ela acabará liberando mais forças para o bem do que para o mal.

[…]

É justamente porque não sabemos como os indivíduos a usarão, que a liberdade é tão importante.

Como Leonard Read costumava dizer, a característica singular e mais importante da liberdade é a sua humildade. Ela se submete aos resultados da ação humana; ela não tenta moldar os resultados antecipadamente.

A liberdade não significa um governo de libertários sagazes que se julgam mais espertos e oniscientes do que todos os outros indivíduos. A liberdade significa a abolição de fontes institucionalizadas de poder, as quais governam com a arrogante presunção de que há apenas uma maneira de gerenciar a sociedade, e que a sociedade pode e deve ser gerenciada.

Não há nada errado em responder aos críticos da liberdade que “Eu não sei todas as respostas. E advinha só? Os políticos e burocratas também não. E é por isso que eles não estão em posição de impor suas ideias sobre todos nós. Precisamos de liberdade — e precisamos da liberdade — para resolver os problemas sociais por nossa própria conta. Se você vê um desafio a ser superado, então é garantido que as outras pessoas também veem o mesmo problema. Trabalhemos juntos para encontrar uma resposta. A liberdade é uma condição necessária para se encontrar as melhores soluções.” […]

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