VOCÊ É UM LIBERTÁRIO?- Parte final

Os sete hábitos dos libertários altamente eficazes-Parte final

Jeffrey Tucker é Diretor-Editorial do American Institute for Economic Research

7. Seja alegre

Partidarismo e facciosismo são grandes assassinos da alegria. Há sempre a tentação de nos cercarmos apenas de pessoas que compartilhem da nossa mesma opinião, e então procurar as diferenças que há entre elas e nós (por menores que sejam) para então discutirmos tempestuosamente. Quando os debates são civis e equilibrados, eles podem levar a um grande crescimento intelectual. Já quando eles se tornam pessoais e levam a alegações do tipo “fulano não é um verdadeiro libertário”, eles podem destruir longas amizades e gerar ressentimentos generalizados.

Ninguém ganha com essas brigas aflitivas. Elas fazem com que as pessoas percam o foco no objetivo principal, que é a ascensão da liberdade e a remoção de todos os obstáculos que estão no caminho.

As mídias sociais são uma coisa fabulosa, mas em algumas ocasiões a tecnologia pode exacerbar controvérsias e gerar rixas em vez de construir uma verdadeira comunidade. Lembre-se de que são necessários ao menos dois para que haja uma briga, e você sempre pode se recusar a entrar numa discussão inútil. Isso exige disciplina e humildade, mas preserva relacionamentos e amizades. Para o nosso próprio bem-estar, temos de ter o foco na construção de uma comunidade de ideias, e não em expurgos baseados na falsa esperança de purificar o movimento.

Há algo de seriamente errado se o despertar da consciência libertária levar à postura melancólica e sombria em relação ao mundo e a como ele funciona. Deveria ser fácil adotar uma visão jubilosa do mundo, especialmente nessa época em que vivemos.

Estamos testemunhando o fracasso de todas as medidas estatistas inventadas no século XX em todas as áreas da nossa vida. Todos os planos fiscais, monetários e regulatórios dos estatistas fracassaram estrondosamente. Seus programas estão retrocedendo. Os governos e seus líderes nunca foram tão impopulares. O comércio, diariamente, dá um baile nos esquemas dessa gente.

Tudo isso deveria ser motivo de júbilo para nós. Libertários estão do lado certo da história. Nós celebramos os direitos dos humanos e os defendemos contra todos aqueles que querem aboli-los em prol de um poder centralizado. Essa é uma atividade jubilosa, uma que acrescenta ainda mais importância e significado às nossas vidas.

Murray Rothbard costumava dizer que batalhar contra o estado deveria ser uma ocupação prazerosa. No final, a tirania simplesmente não pode funcionar. Há algo de simplesmente espetacular em perceber isso e em ver como tudo isso se desenrola no mundo real. Ter esse júbilo e prazer era algo natural para Rothbard, pois era parte de sua personalidade. Para o resto de nós, leva algum tempo e exige alguma prática.

Deveríamos sorrir ao constatarmos os inevitáveis fracassos do estado, sentirmo-nos felizes em relação a toda a liberdade que está à nossa volta, e buscarmos conforto na esperança por um futuro de liberdade que pode ser realizável — parcialmente por meio de nossos próprios esforços.

Avante!

Lembremo-nos de que, quando falamos sobre a liberdade humana, estamos falando sobre tudo aquilo que torna a própria vida em si bonita. Trata-se de um assunto infindável. Há vários caminhos para as ideias da liberdade e várias maneiras de viver essas ideias. A liberdade é uma verdade bela, uma que vale o comprometimento de toda uma vida. Para torná-la eficaz, jamais devemos nos esquecer de que a liberdade é a nossa vida real, e não meramente uma abstração intelectual.

Imagine um pequeno grupo de pessoas saindo pelo mundo armadas com estes sete hábitos. Rapidamente, esse otimismo contagioso ajudará a aumentar o grupo, à medida que cada vez mais pessoas vão sendo atraídas para essa luz. Aqueles que duvidam, criticam e anseiam por poder serão vistos não como progressistas e visionários, mas sim como antiquados presos a hábitos e métodos antigos que não funcionam. E a rede de genuínos visionários provará seu valor, um experimento de cada vez. Os cidadãos comuns irão recorrer não a políticos, lobistas e especialistas pagos, mas sim a empreendedores, a nerds da informática e a voluntários — em suma, àqueles que têm a visão de um futuro belo.

É com isso que a liberdade se parece. E é assim que você muda o mundo com ela. •

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